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Van Gogh

Van Gogh

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A gota

Quando a gota derrama lentamente
E o coração apertado em vão procura
Algum motivo que importe realmente

Será que nessa vida só há loucura?
Gritos e gemidos incontentes
Entoam pelo universo inotáveis.

As dores e sentimentos são irrelevantes
Para um mundo de grandes miseráveis
Que mais dores do que um coração apertado sofrem

Das injustiças de um mundo sem vez
Uma vida de segundos contados
Uma vida de vazio e insensatez

Que mundo, me pergunto, é esse?
Que quando não choramos de fome...
O fazemos por estupidez  !

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Renascimento

Ver-te esvaindo pelas veias, em ritmo atroz
Estigmatizado por partículas doentias
Por trás de tão tênues linhas azuis
Esconde-se a linfa quente de uma penumbra fria.

O ardor será passageiro,
E a minha dor não será em vão,
Se depois de encontrar com a ausência,
O meu corpo não tiver indecisão.

O sepulcro é o trono triunfal
De um predestinado, infeliz, glorioso
Que do rubro se fez sequioso...
E da sequidão, se fez imortal!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Soneto da ausência

O branco da parede relembra-me
As vivas cores de sua refrega alma.
O Sol, astro - Deus, dourado-ardente
Reflete, Reluz, tua agitada calma.

Para ti a doce vida deu a espada
Que contra os que te contrariavam
Implacavelmente você levantou
É pena! Desconhecido de sua fragilidade

É pena! Com sua própria espada se cortou.
Pena das Penas! Estou a tua espera
Pois a ti meu coração se ancorou

E hoje, triste a olhar pela janela
Vejo somente a lembrança que se passou
Da sua face tão singela, a beleza se revelou

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Soneto da sedução

A sedução é uma armadilha do próprio olhar.
Como a noite que chega calmamente
O seu mistério na minha alma presente
Aqueles sonhos, que preciso acordar.

Este jogo de olhares inconscientes
Que na silenciosa melodia do coração
Conquistou meu suspiro eternamente
Presente! Não há rima nesta paixão.

Ah! Quão grande este desespero
De ter um amor no peito
E não extravasá-lo além da razão.

Ah! Quão grande esta angústia
Que em meu ouvido sussurra:
É pena! É dor! É paixão.